Nos últimos dias tem-se ouvido por
diversas vezes falar da “Maldição de Bélla Guttmann”. Umas vezes correta outras
nem tanto a imprensa usou e abusou deste “ fair- divers”.
Mas quem foi Bélla Guttman? Todos
responderão que foi treinador do Benfica na conquista das Taças dos Campeões
Europeus, como na altura era chamada. Mas este homem teve uma vida cheia de
emoções.
Participou, enquanto jogador de
futebol pela selecção Húngara, nos Jogos Olímpicos de Antuérpia em 1924 com
apenas 19 anos.
Após este marco na sua vida, põe o
futebol de parte e decide emigrar para os Estados Unidos onde se torna
professor de Dança (outras das suas paixões). Com o sucesso que vai fazendo,
investe na Bolsa e enriquece. Acaba por perder tudo no “Crash” da Bolsa
Americana em 1928.
Após ter ficado na banca rota resolve
voltar à Europa e ao futebol, tornando-se treinador. E é nesta função que se
torna um dos nomes históricos do futebol europeu.
É campeão na Holanda, em Itália, no
Uruguai, no Brasil e em Portugal, primeiro pelo Futebol Clube do Porto e depois
pelo Benfica.
Hoje em dia, através de testemunhos
dos seus jogadores à época, revelam que a personalidade de Bélla Guttman era de
alguém carismático, motivador e com uma enorme vontade de ganhar.
No seu segundo ano no comando do
Benfica acaba com a hegemonia espanhola (Real Madrid vencedor das cinco
primeiras edições da taça dos clubes campeões europeus)
defrontando e vencendo o Barcelona em Berna.
No ano seguinte, já com Eusébio,
ganha o seu segundo troféu vencendo o Real Madrid num jogo épico por 5 a 3. É a
sua confirmação como grande treinador ajudando a criar a imagem de um clube de
grande potência nacional e temido além-fronteiras com um reconhecimento
internacional que se mantém até hoje.
Com este sucesso alcançado, não seria
de prever a sua saída do comando técnico do Benfica. Mas esta aconteceu. Ao que
se conta, é nesta altura, com as emoções ao rubro pela sua saída que vaticina
que sem ele o Benfica não conquistará mais títulos europeus. Mais tarde, esclarece
que se referia a títulos de campeão europeu.
O que temos de perguntar é se a
“Maldição de Bélla Guttman” faz sentido nos dias de hoje? Na minha modesta
opinião, é claro que não!
Se o Benfica, neste jogo com o Chelsea,
tivesse sido um pouco mais competente na criação de acções para finalizar e, igualmente,
competente a finalizar as que teve, tendo em conta todo o volume de jogo
ofensivo que a equipa foi capaz de construir, não seria um “desabafo” com
cinquenta anos que impediria o Benfica de conquistar a Liga Europa.
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