quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Hoje debruço-me sobre um tema que me é, particularmente, interessante: Definição de OBJETIVOS!
No futebol, hoje em dia, toda a gente fala de objetivos: Objetivos do clube, da equipa, dos treinadores, dos jogadores e até dos adeptos.
Mas as questões que se colocam são;
  1. O que são Objetivos?
  2. Para que servem?
  3. Como se definem?
Poderemos dizer que os Objetivos são sonhos que queremos realizar. Sonhos do que queremos realizar em quanto grupo ou mesmo individualmente.
Tem como função manter-nos focados num caminho para o alcançar.
Calculo que até agora, as duas primeiras questões estejam minimamente respondidas. Irei focar-me mais na terceira questão. 
Acredito que é na definição dos objetivos que começa a possibilidade de sucesso em alcança-los. Nós, enquanto treinadores, deveremos ter a preocupação de definir os objetivos da equipa, conjuntamente, com toda a estrutura, incluindo jogadores. Contudo, é na definição de Objetivos Individuais para os treinadores ou para os jogadores que a questão é mais sensível.
- "Como é que eu enquanto jogador devo definir o meu objetivo?"
A resposta pode começar com... perguntas. "O que quero?"; "O que quero mesmo?"; " Para quando?"
Na minha opinião um jogador, ou mesmo um treinador, tem muito a ganhar se definir um Objetivo "Máximo" que se deve caracterizar por ser Mensurável, Especifico, Temporizado (uma época desportiva) mas, igualmente, Desafiador e Ambicioso que quase o torne difícil de o alcançar. Ao mesmo tempo deve definir um Objetivo "Mínimo" que deve ser caracterizado por grandes possibilidades de o alcançar e curto no tempo. Ao alcançar um Objetivo "mínimo" deve logo definir outro até alcançar no fim da época o seu Objetivo "Máximo". Resumindo o Objetivo "Máximo" faz com que o individuo se esforce e o Objetivo "Mínimo" faz com que o individuo consiga. Na conjugação deste paradigma teremos jogadores empenhados no seu caminho para o seu Sucesso individual e, por conseguinte, sucesso coletivo.
Encadear os objetivos individuais dos jogadores com os objetivos da equipa está o grande desafio!
 

sábado, 1 de junho de 2013

Época Desportiva


A época desportiva, no que concerne ao Futebol, está quase no seu término. Sem querer ser precipitado avanço com um balanço no que considero ter sido o mais relevante durante estes 10 meses de Futebol. Assim, sabendo que não serei original na forma mas sim no conteúdo recorro ao alfabeto e de A a Z direi de minha justiça.

A – Aimar: o fim à vista?

B – Benfica: A Equipa está a realizar uma época muito boa mas está “presa” pelo detalhe de Vencer ou ficar apenas pelo quase…

C – Casos de arbitragem: À boa maneira portuguesa continuou-se a falar muito de arbitragens e quase sempre mal…

D – Desentendimento: entre a F.P.F. e a Liga. Não está na hora de unir esforços em prol do Futebol?

E – Estrageiros: Muitos jogadores doutras paragens. Os com qualidade são bem vindos mas outros há que são inferiores a muitos jovens da formação.

F – Futuro: Paulo Fonseca, Marco Silva, Nuno Espirito Santo são bons exemplos da nova vaga de treinadores que está a surgir. Dois deles vêm de escalões secundários onde há outros com qualidade à espera de oportunidades…

G – Guimarães e o sucesso do recurso à equipa B. Presença na Final da taça de Portugal

H – Herói improvável: Kelvin. Pouco jogou mas quando o fez foi decisivo. O campeonato pode ter sido decidido pelo seu pé esquerdo…

I – Imagem de Jesus a cair de joelhos. Será a imagem do ano.

J – Jackson Martinez: Avançado de enormíssima qualidade

L – Lima: Excelente aquisição do Benfica e um jogador que tem sido importantíssimo na época dos encarnados.

M – Matic: juntamente com Jackson Martinez, os melhores do campeonato

N – Não! Não aos estádios vazios. Urge medidas para reverter esta situação.

O – Oportunidade: palavra repetida pelo Paulo Fonseca para substituir a palavra Pressão

P – Paulo Fonseca/Paços de Ferreira: Desafiaram a história e foram recompensados.

Q – Quim: Regresso de um histórico ao onze arsenalista.

R – Rui Patrício: Se não fosse ele o estrago poderia ser ainda maior…

S – Sporting Clube de Portugal: Fraco. Esperar pela retoma em força.

T – Taça da Liga: Continua a fazer sentido?

U – Urreta: Para quando a “explosão”?

V – Vítor Pereira: o mal-amado que está perto de ser Bicampeão…

X – XIU… aos programas de televisão onde se perde tempo a falar “pretensamente” sobre futebol

Z – Zé… O Zé Povinho que mesmo querendo ir “à bola” com os preços que se continuam a praticar nos estádios é quase impossível…

Outros protagonistas poderiam aqui figurar mas optei por estes em consciência.

Esperar que a época desportiva acabe com emoção que só o Futebol consegue proporcionar!

Objetivos diferentes entre Jorge Jesus e os Jogadores


Já ninguém se recorda das inconstantes exibições de anos anteriores em que o clube chegava, quase sempre atrás do F.C. do Porto e na Europa a sua prestação era pouco mais de sofrível.

Quatro anos à frente dos destinos da equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica, o técnico Jorge Jesus revolucionou o futebol do clube. Podemos dizer que o investimento nestes quatro anos foi muito superior aos existentes em anos anteriores e por conseguinte, a qualidade dos jogadores aumentou consideravelmente. A verdade é que nestes quatro anos os adeptos do futebol assistiram a um jogo de qualidade. O seu Modelo assentava na verticalidade do jogo, com transições rápidas, pressão alta, sempre com muita intensidade em todos os momentos do jogo.

Para o adepto em geral, e os do Benfica em particular, ver um futebol ofensivo com jogadores de qualidade é sempre motivo de apreço e de elogio.

Então o que falha para em quatro anos só existir uma conquista do campeonato?

Como explicar os fracassos em termos de resultados? A sensação que se tem é de uma equipa forte na 1ª fase da época, fortíssima no meio da mesma e depois fraca no seu término.

Um treinador como Jorge Jesus sabe que o Futebol hoje em dia já não vive de ciclos de época. Que o importante é elevar os níveis da equipa e depois mante-los até ao fim. Sendo assim que explicação para os consecutivos insucessos nos finais de época?

A opinião dos adeptos do futebol centra-se no na gestão mal elaborada por parte do treinador e por esse motivo existir uma sobrecarga aos mesmos jogadores. Será apenas a fadiga o motivo?

Se analisarmos as exibições neste final de época para o campeonato, nos jogos com o Sporting, Marítimo, Estoril e Porto vemos um Benfica pouco audaz, de contenção e com intensidades mais baixas que o normal. Contudo, a mesma equipa, os mesmos jogadores nos últimos dois jogos da Liga Europa que coincidiram no tempo com os outros atrás referidos para o campeonato, deixaram uma imagem de entrega, de clareza tática, de frescura física e de intensidades altas.

O treinador sempre se referiu ao campeonato como o grande objetivo atingir. Será que o Principal OBJETIVO do treinador era o mesmo OBJETIVO dos jogadores?

Pelas exibições efetuadas nestes jogos referidos, diríamos que não.

Sendo assim, cai um pouco por terra a ideia de fadiga. Em minha opinião trata-se, sobretudo, de uma falha ao nível de comunicação, de definição clara e da Hierarquização dos Objetivos para a época.

Modelo de Jogo 2


Em final de época e com vários balanços já realizados, pensei que seria pertinente falar de um tema que ando a cogitar há largos anos.

O que passa pela cabeça de um treinador quando é confrontado com um convite de um clube de um país ou região que desconhece?

Quais os factores a ter em conta na construção do seu modelo de jogo?

Será que condiciona os seus valores se adaptar o Modelo de jogo à cultura vigente da zona geográfica onde se situa o clube?

Foi com estes pensamentos que parti para a realização deste escrito, emitindo a minha opinião sobre um dos vários factores que implicam na construção do Modelo de Jogo.

Confesso que poderá ser um tema discutível com opiniões divergentes mas considero que a cultura de uma região tem ou pode ter influência sobre a construção de uma equipa de futebol.

Considero que na construção do Modelo de jogo há variáveis indissociáveis como as características de uma Região e do seu povo. O exemplo do F.C. do Porto começado nos anos 80 é disso exemplo. "Queremos Lisboa arder..." "Vamos ganhar aos Mouros..." são frases fortes que se impuseram como um grito de revolta contra o centralismo de Lisboa. Assim, criou-se a ideia que o Porto quando jogava representava toda a sua gente e todo o Norte contra o sul. Foi o princípio da sua emancipação. A frase "jogar à Porto" chegou a ser reconhecida como frase de campanha num clube rival... E o que era "jogar à Porto"? Ter uma equipa unida, com jogadores de qualidade técnica assinalável mas sobretudo com jogadores de qualidade humana superior e que entendiam que estavam a lutar, não apenas pelo clube, mas por uma região.

De certa forma foi o que aconteceu com a Barcelona. A frase "Barcelona, mais que um clube..." sintetiza a filosofia do clube. Quando joga, joga toda a Catalunha.

Assim, poderá dizer-se que as regiões mais periféricas, pelo facto de serem, geralmente, berço da Industria e, por conseguinte, terem mais operariado, influenciam os clubes?


Outros exemplos: Escócia. Alguém sabe o nome do clube da capital, Edimburgo?


E em Inglaterra, quem ganhou mais vezes? Clubes da Capital, como o Arsenal e Chelsea ou clubes de cidades mais industrializadas, como Manchester e Liverpool?
Concluo, afirmando que qualquer treinador que tenha que começar um trabalho sólido e que pretenda ter sucesso deve ter, obrigatoriamente, que considerar os aspectos sociais e culturais onde o clube está inserido.

A "Maldição" de Bélla Guttman


Nos últimos dias tem-se ouvido por diversas vezes falar da “Maldição de Bélla Guttmann”. Umas vezes correta outras nem tanto a imprensa usou e abusou deste “ fair- divers”.

Mas quem foi Bélla Guttman? Todos responderão que foi treinador do Benfica na conquista das Taças dos Campeões Europeus, como na altura era chamada. Mas este homem teve uma vida cheia de emoções.

Participou, enquanto jogador de futebol pela selecção Húngara, nos Jogos Olímpicos de Antuérpia em 1924 com apenas 19 anos.

Após este marco na sua vida, põe o futebol de parte e decide emigrar para os Estados Unidos onde se torna professor de Dança (outras das suas paixões). Com o sucesso que vai fazendo, investe na Bolsa e enriquece. Acaba por perder tudo no “Crash” da Bolsa Americana em 1928.

Após ter ficado na banca rota resolve voltar à Europa e ao futebol, tornando-se treinador. E é nesta função que se torna um dos nomes históricos do futebol europeu.

É campeão na Holanda, em Itália, no Uruguai, no Brasil e em Portugal, primeiro pelo Futebol Clube do Porto e depois pelo Benfica.

Hoje em dia, através de testemunhos dos seus jogadores à época, revelam que a personalidade de Bélla Guttman era de alguém carismático, motivador e com uma enorme vontade de ganhar.

No seu segundo ano no comando do Benfica acaba com a hegemonia espanhola (Real Madrid vencedor das cinco primeiras edições da taça dos clubes campeões europeus) defrontando e vencendo o Barcelona em Berna.

No ano seguinte, já com Eusébio, ganha o seu segundo troféu vencendo o Real Madrid num jogo épico por 5 a 3. É a sua confirmação como grande treinador ajudando a criar a imagem de um clube de grande potência nacional e temido além-fronteiras com um reconhecimento internacional que se mantém até hoje.

Com este sucesso alcançado, não seria de prever a sua saída do comando técnico do Benfica. Mas esta aconteceu. Ao que se conta, é nesta altura, com as emoções ao rubro pela sua saída que vaticina que sem ele o Benfica não conquistará mais títulos europeus. Mais tarde, esclarece que se referia a títulos de campeão europeu.

O que temos de perguntar é se a “Maldição de Bélla Guttman” faz sentido nos dias de hoje? Na minha modesta opinião, é claro que não!

 Se o Benfica, neste jogo com o Chelsea, tivesse sido um pouco mais competente na criação  de acções para finalizar e, igualmente, competente a finalizar as que teve, tendo em conta todo o volume de jogo ofensivo que a equipa foi capaz de construir, não seria um “desabafo” com cinquenta anos que impediria o Benfica de conquistar a Liga Europa.

sábado, 13 de abril de 2013

Paços de Ferreira
 
Anatomia de uma Filosofia de Jogo
 
Tive o prazer de acompanhar o trabalho semanal da equipa do Paços de Ferreira antes do jogo com o Gil Vicente. Este escrito, no fundo, resume essa semana de observação e de sentimentos.
O processo criativo e de operacionalização do Modelo de jogo deste Paços parte das experiências e da irreverência do Paulo Fonseca e do Nuno Campos, aos quais se juntou o Pedro Moreira.
Esta equipa técnica respira futebol e é notória a paixão que sentem pelo jogo e pela sua discussão. Este factor, paixão, é o motor adequado para criar algo de relevante importância, como é o caso deste jogar.
Na minha opinião, é evidente neste Paços, que a matriz enraizada de anos anteriores não faz muito sentido. Esta equipa está concebida para ser pré-activa e não pós-reactiva. Quero com isto dizer que o Paços, deste ano, é uma equipa que assume o jogo, independentemente do adversário. 
A sua organização defensiva consiste num jogo de pressão e de coberturas muito bem definidas, com relevo para a subida do Vitor para junto do Cicero, condicionando a construção curta do adversário, com o duplo pivot a meio-campo composto por dois médios centro que sabem intrepretar o que o jogo pede, ora temporizando, ora pressionando mas nunca perdendo o equilibrio. A última linha defensiva é composta pelos laterais e pelos centrais e que nunca se desmorona.
A organização ofensiva consiste num jogo de posse e de apoio constante. Geralmente, as saídas mais usadas referem-se à largura e ligeira profundidade dada pelos laterais para que os centrais possam receber a bola na "fronteira" entre corredores. Após este momento é previgiliado o corredor central para ligação ao meio-campo. O meio-campo apresenta, geralmente, duas linhas: uma com André Leão e Luís Carlos e a segunda com Vitor e Josué que vem da esquerda para dentro. Por este motivo os laterais são responsáveis por dar largura ao jogo pacense. O jogo interior de Hurtado ou Manuel José, permite a subida de Diogo Figueiras para que este se enquadre na possibilidade de criar situações de finalização, atraves de cruzamentos. As diagonais (Hurtado fortissimo) é uma acção que contrasta com as caracteristicas do médio ala do corredor contrário (Josué) mas que dá ao paços mais uma variável de acções ofensivas. O posicionamento do Vitor e do Josué "entre-linhas" tem sido uma das chaves para o sucesso da equipa. Nesta zona do terreno, estão sempre a "mostrar-se" ao jogo recebendo a bola em passe vertical e ficando em posição de criar acções para finalizar ou mesmo finaliza-las. Na frente Cicero, colocado em corredor do lado da bola quando esta está na zona defensiva e colocado no corredor oposto quando a bola esta em zona intermédia, dá à equipa poder de choque embora menos produtivo no apoio frontal.
Contudo esta forma de jogar tem sucesso devido a um factor fundamental. A Intensidade. Treinam com Intensidade alta e colocam em campo isso mesmo.
Concluindo, vi uma equipa com processos completamente adquiridos, com uma intensidade de treino de registar e com um Controlo Emocional fortissimo (basta relembrar o jogo em Braga).
Tudo o que esta equipa tem feito e ainda irá fazer deverá ser objecto de estudo. Esta mudança de paradigma e de conceitos tem uma base fortissima de acreditar na sua Filosofia, Estão de Parabéns o Paulo, o Nuno e o Pedro.
 


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A Observação no Futebol

“Conhece teu inimigo, como conheces a ti mesmo; se tiveres cem combates a travar, cem vezes sairás vitorioso.”
Tzu 2000 a.c.

O futebol moderno deixou de ser apenas uma simples manifestação cultural ou uma forma de divertimento. Deve ser encarado hoje como um desporto de alta performance, em que todos os seus intervenientes devem convergir no esforço de aglutinar competências em torno da equipa.
Actualmente, é normal vermos o investimento que os clubes profissionais fazem no reforço da sua estrutura técnica. Uma equipa multidisciplinar que garanta a qualidade necessária para potencializar o rendimento dos jogadores.
Qual a importância da Observação Técnica numa estrutura do futebol Profissional? Vivemos na era da globalização, temos acesso a quase tudo, as noticias chega-nos a toda a hora e em catadupa por diferentes meios de comunicação, os jogos são, praticamente, todos televisionados, há, inclusive, inúmeros comentadores que falam sobre tudo das equipas.
Então porque precisamos de Observar? A Observação Técnica é feita por técnicos especializados que estudam e entendem o jogo numa perspectiva científica.
Ao Observar tudo, filtramos o que é realmente necessário e relevante à equipa e a cada um dos seus jogadores. Compete aos Observadores Técnicos esmiuçar com atenção o comportamento técnico, táctico, físico, emocional, estrutural e conjuntural dos adversários, entregando relatórios completos aos treinadores e jogadores sobre os aspectos positivos e negativos da equipa a defrontar.
Abordaremos de seguida, o que propomos, como funções de um gabinete de Observação Técnica.

·         Características do Modelo de Jogo do Adversário:

  •   Organização Ofensiva; 
  •  Organização Defensiva 
  •  Transições Ofensivas
  •  Transições Defensivas
  •  Esquemas Tácticos Ofensivos 
  •  Esquemas Tácticos Defensivos
  •  Tendências do Treinador
·         Factores Psicológicos Relevantes do Adversário:
  • Objectivos do adversário
  • Análise do microciclo
  • Análise da imprensa
      ·         Características Individuais dos Atletas Adversários:
  • Técnicas 
  • Tácticas 
  • Físicos
  • Psicológicos
·    Características da Arbitragem:
  • Condição Física
  • Colaboração com Assistentes
  • Interpretação e Aplicação das Leis de Jogo
  • Controlo técnico e Gestão do Jogo
  • Controlo Disciplinar
  • Personalidade
 
·         Constrangimentos do Envolvimento:
Condições de ambiente, externos ao sujeito e à tarefa, como o piso, luminosidade, o vento, chuva, público hostil, presença de familiares e amigos, etc…, 

O artigo aqui apresentado, é apenas encarado, como uma reflexão e um resumo do que seria um documento mais abragente para dinamizar um gabinete de Observação Técnica nas suas, variadas vertentes num clube de Futebol Profissional.

P.S. Retirado de um documento elaborado em conjunto com o treinador Mauro de Almeida

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Quais as diferenças entre Modelos de Jogo de Clubes de Capitais e clubes de cidades "secundárias"? E quem tem ganho mais nos últimos anos? Exemplos: Benfica vs Porto; Real Madrid vs Barcelona; Roma vs Milan...
 
Considero que na construção do Modelo de jogo há variaveis indissossiáveis como as caracteristicas de uma Região e do seu povo. O exemplo do F.C. do Porto começado nos anos 80 é disso exemplo. "Queremos Lisboa arder..." "Vamos ganhar aos Mouros..." são frases fortes que se impuseram como um grito de revolta contra o centralismo de Lisboa. Assim, criou-se a ideia que o Porto quando jogava representava toda a sua gente e todo o Norte contra o sul. Foi o principio da sua emancipação. A frase "jogar à Porto" chegou a ser reconhecida como frase de campanha num clube rival... E o que era "jogar à Porto"? Ter uma equipa unida, com jogadores de qualidade técnica assinalável mas sobretudo com jogadores de qualidade humana superior e que entendiam que estavam a lutar , não apenas pelo clube, mas por uma região. De certa forma foi o que aconteceu com a Barcelona. A frase "Barcelona, mais que um clube..." sintetiza a filosofia do clube. Quando joga, joga toda a Catalunha.
Poderá dizer-se que as regiões mais perifericas, pelo facto de serem, geralmente, berço da Industria e, por conseguinte, terem mais operariado, influencia os clubes?
Outros exemplos: Escocia. Alguem sabe o nome do clube da capital, Endiburgo?
E em Inglaterra, quem ganhou mais vezes? Clubes da Capital, como o Arsenal e Chelsea ou clubes de cidades mais industrializadas, como Manchester e Liverpool?
Concluo, afirmando que qualquer treinador que tenha que começar um trabalho sólido e que pretenda ter sucesso deve ter, obrigatoriamente, que considerar os aspectos sociais e culturais onde o clube está inserido.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A Importância da Liderança numa Equipa de Futebol
 
No Futebol actual a forma de preparar as equipas de futebol está cada vez mais homogenea, o que significa que o conhecimento de novas práticas metodológicas chegam rapidamente a todos os cantos do mundo. No entanto, o que faz a diferença entre equipas com estatutos e capacidades semelhantes é, no meu entender, o exercicio da Liderança.
Nesse sentido um Treinador está mais perto de ser um bom Lider se:
  • Planear antecipadamente, antevendo o futuro;
  • For Integro, Sincero e Entusiasta;
  • Comunicar Clara e Objectivamente;
  • Disciplinador;
  • Liderar pelo Exemplo;
 
Ao longo da história do Futebol existe vários exemplos de equipas com recursos mais fracos mas que sairam vitoriosas de "batalhas" que à partida estavam já perdidas. A Metodologia de Treino é a base onde se constroi a equipa. Esta deriva de um Modelo de Jogo que deve ter em conta vários aspectos relacionados com o clube, como os aspectos sociais, a localização, a história, o perfil de jogadores já existentes, os adeptos entre outros.
Por conseguinte, é na construção do Modelo de jogo que deve estar implicito o Modelo de Gestão da Equipa.
O exercicio da Liderança deve ser feito tendo em conta o contexto e os elementos envolvidos. Acredito que é um erro um treinador actuar da mesma forma para situações diferentes e para jogadores com competencias psicológicas, igualmente, diferentes.
A construção de uma Liderança eficaz, está intimamente, ligada a uma visão do Lider e à sua partilha perante o grupo.
Importante a Visão do Lider contemplar ambição, clareza e desafio mas que não seja utopica. Mas, considero, igualmente, oportuno a definição de Objectivos individuais que sejam do conhecimento do Lider e que  possam, sem prejudicar a essencia do colectivo, ajudar a potenciar os jogadores dentro da harmonia e equilibrio da Equipa.
O mundo das competências Psicológicas em equipa e o uso que se faz delas é o que neste momento, faz a diferença entre o ganhar  e o quase...